Una de las tablas de castaño pintadas al óleo que han llegado a nuestros días -aunque recortada en su lado izquierdo- procedente del antiguo retablo mayor de la Sé de Lamego (distrito de Viseu, Región Norte, Portugal), hoy conservadas en el Museo de la localidad. Es una de las Anunciaciones más completas desde el punto de vista iconográfico de las realizadas en Portugal durante la primera mitad del siglo XVI, por la abundancia de objetos simbólicos y la decoración de la estancia con relieves en los que se representan escenas del Antiguo Testamento que prefiguran la Anunciación (
tondos con Adán y Eva, escena de Moisés y la zarza ardiente, Gedeón, mensaje divino... etc.).

Detrás de la Virgen aparece una cátedra y en su respaldo un cuadro con remate superior semicircular, protegido por un guardapolvos, en el que se representa una figura sentada y barbada que bendice con una mano mientras sostiene el orbe con la otra [1]. En general se la ha venido considerando como una representación de Dios Padre, pero Luís Alberto Esteves dos Santos ha planteado, con razonables argumentos, que podría tratarse de Cristo como pantocrator, en paralelo con otros ejemplares alemanes y flamencos (Jean Hey, Van der Weyden, Maestro de Liesborn..., véanse
FICHAS nº 411-14, 421, 425 y 440-41: https://juliomontanes.synology.me/bases/anunciaciones/index.php?-action=list&-table=arte&-cursor=0&-skip=0&-limit=30&-mode=find&-edit=1&Registro=412+OR+413+OR+414+OR+421+OR+425+OR+440+OR+441).

__________________________

[1] Estudios con espectrografía de infrarrojos han demostrado que en principio iba a ser un cuadro con formato circular (un "
tondo").

Dimensiones: 173 x 92 cm.

_______________________________
REFERENCIAS:

(Siguiendo a ESTEVES DOS SANTOS) :
ARAGÃO, Maximiano P. da Fonseca,
Grão Vasco ou Vasco Fernandes, pintor Viziense: Príncipe dos pintores portugueses. Viseu: Typografia Popular da Liberdade, 1900, pp. 101, 120, 141.
AZEVEDO, José Correia de,
Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, vol. II, p. 113,.
Património artístico da região duriense. [S. 1.; s. n.], 1972, p. 80.
CAETANO, Joaquim de Oliveira, “Vasco Fernandes”, en:
El Arte en la época dei Tratado de Tordesillas, pp. 224-225.
CORREIA, Vergílio,
Vasco Fernandes, mestre do retábulo da Sé de Lamego. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1924. Subsídios para a História da Arte Portuguesa, XIII, pp. 6, 10, 23, 24, 28, 58; fig. 16.
ESTEVES DOS SANTOS CASIMIRO, Luís Alberto,
A anunciação do Senhor na pintura quinhentista portuguesa (1500-1550) : análise geométrica, iconográfica e significado iconológico, Tesis Doctoral, Univ. do Porto, Facultade de Letras, Porto, 2004, pp. 1423 ss.
— "A pintura da Anunciação do Museu de Lamego. Contributos para o estudo do painel Anunciação de Vasco Fernandes do Museu de Lamego",
Museu, IV série: 8 (1999), pp. 33-34.
FERRÃO, Bernardo,
Mobiliário Português, vol. I, pp. 176, 177; vol. II, pp. 41, 317, 362.
FERRÃO, Julieta, “Nossa Senhora na Pintura Portuguesa”, en: LIMA, Fernando de Castro Pires de, dir. lit.,
A Virgem e Portugal, vol. II, p. 879.
GONÇALVES, Flávio,
História da Arte: Iconografia e crítica. [S. 1.]: IN-CM, 1990. Arte e Artistas, p. 40.
GUSMÃO, Adriano de, “Os Primitivos e a Renascença”, en: BARREIRA, João, dir.,
Arte Portuguesa: Pintura. Lisboa: Ed. Excelsior, [s. d.], vol. I, p. 234.
LIMA JUNIOR, Joaquim da Costa, E
spiritualidade da pintura lusíada de quinhentos, Lusíada, Porto, I: 3 (1953) 230, 232.
—”Fontes inspirativas dos pintores quinhentistas”, en:
Beira Alta. Viseu. V: U/m (1946) 170.
LOPES, Roger Teixeira,
Colóquio Angélico, pp. 630, 662.
MARKL, Dagoberto, “Francisco Henriques e o Mestre do Retábulo da Sé de Viseu. Fontes comuns”, en:
Francisco Henriques: Um pintor em Évora no tempo de D. Manuel I, pp. 54,55,191-193.
MARKL, Dagoberto & PEREIRA, Fernando A. Baptista, “O Renascimento”, en:
História da Arte em Portugal, vol. 6, p. 117.
MOREIRA, Francisco de Almeida,
Museu Regional de Grão Vasco: Catálogo-guia. 3a ed. actualizada. Viseu: Museu Regional de Grão Vasco, 1940, p. 29.
MOUTA, J. Henrique,
Pintores de Viseu: Escola ou dinastia? Viseu: Junta Distrital de Viseu, [196?], pp. 20-23.
MUSEU REGIONAL DE LAMEGO,
Primitivos da Diocese de Lamego. Lamego, 1959, Cat. da exposição comemorativa do XXV aniversário da Acção Católica, p. 2, fig. 2.
OS DESCOBRIMENTOS portugueses e a Europa do Renascimento, vol. I, p. 298-299.
PEREIRA, Fernando A. Baptista,
Arte portuguesa da época dos Descobrimentos, pp. 149-150.
História da Arte Portuguesa: época moderna, p. 143.
RAMALHO, Américo da Costa, “Cultura na época do Tratado de Tordesilhas”,
Oceanos, 18 (1994) 32.
REIS-SANTOS, Luís,
Estudos de Pintura Antiga. Lisboa: ed. do Autor, 1943, p. 142.
Vasco Fernandes e os pintores de Viseu do século XVI. Lisboa: ed. do Autor, 1946, pp. XVII (est. 17), 23, 66.
RODRIGUES, Dalila, “A pintura no período manuelino”, en: PEREIRA, Paulo, dir.—
História da Arte Portuguesa, vol. II, pp. 235, 236, 244, 245.
— “Annonciation”, en:
FEITORIAS. L'art au Portugal au temps des Grandes Découvertes. Antwerpen: Europalia 91, 1991, p. 206.
Grão Vasco. Pintura Portuguesa del Renascimiento, pp. 63-64, 73.
Modos de expressão na pintura portuguesa: o processo criativo de Vasco Fernandes (1500-1542). Dissertação de Doutoramento apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra na especialidade em História da Arte. Coimbra, 2000. Texto policopiado, vol. I, pp. 328-334.
— “Vasco Fernandes e a oficina de Viseu”, en:
GRÃO Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento, pp. 122-125.
— “Vasco Fernandes, ou a contemporaneidade do diverso”. en:
GRÃO Vasco e a Pintura Europeia do Renascimento, pp. 61-62.
SANTOS, Reynaldo dos,
L'Art Portugais, pp. 71.
Oito séculos de arte portuguesa, vol. I, pp. 66, 72.
Os Primitivos Portugueses. 3a ed. Lisboa: ANBA, 1958, p. 26; est. LXXVI.
SANTOS, Reynaldo dos; LOPES, A. de Sousa; COUTO, João, org.,
Exposição de Os Primitivos Portugueses, p. 14 (n° 56).
SILVA, José de Almeida e,
Quinze dias de estudo na exposição dos Primitivos Portugueses. Viseu: [s. n.] 1941, p. 17.
SILVA, Jorge Henrique Pais da,
Páginas de História da Arte, vol. I, p. 113.
SOUTO, José Correia do,
Dicionário de História de Portugal, [S. 1.; s.n.]. 1985, vol. 3, p. 107.